Ficionista Diletante

    Sobre o Autor

Nasci na década de 50, o que faz com que esteja próximo da indicação “de preferência até”, em relação ao meu prazo de validade. Cresci com a guerra colonial no horizonte e frequentei o ensino técnico de um país pobre, com um sistema educacional elitista.

Resolvida a questão da guerra colonial com o início de um ciclo político que está neste momento a findar, aos vinte anos, sentindo alguma “pulsão” para escrever (pelo que se vê pela proliferação de pessoas que, neste país, escrevem, é um sintoma de uma epidemia estranha, na fase atual com alguma saturação de autores com paletes de títulos académicos), achei, naturalmente, que era tempo de escrever “o” romance português do século xx! Apenas mais um...

Cedo entendi que o que fazia sentido era a vida real, por isso abandonei totalmente a ideia de escrever ficção.

Mais de trinta anos depois, com o peso da realidade a colocar em causa o papel da minha geração — questão recorrente ao longo da nossa história, com quase todas as gerações — e numa situação pessoal complicada (pura incompetência pessoal) que teve como única vantagem dispor de tempo livre, decidi (embora não me arrependa da decisão tomada em relação à escrita, quando jovem adulto) voltar a escrever antes dos 60 anos, até para provar a mim próprio que o podia fazer.

Entendi que voltar à escrita fazia tanto sentido nesse momento, como a decisão tomada anteriormente de a afastar como atividade. Escolhi o pseudónimo de José Filipe, para escrever novelas, três especificamente, duas das quais policiais que acabaram por serem publicadas, sem sucesso, num projeto da Porto Editora chamado Coolbooks. Publiquei a terceira na Amazon. 

Considerei os resultados suficientes para aquilo que queria provar, abandonei alguns projetos iniciados e voltei à luta para reorganizar a minha vida, o que consegui. Durante anos não voltei a escrever nada. 

Mas a vida altera as perspetivas: depois de reformado e vivendo frugalmente, ao fim de algum tempo colocou-se a questão da ocupação do tempo disponível, que, se o permitirmos, ocupa tudo, e, como sabem os que estão nesta situação, a sensação de vida estéril é complicada.

Ainda pensei comprar uma cana de pesca, mas decidi voltar à ficção como ocupação, tipo hobby. As duas novelas policiais foram revistas, principalmente com a adição de novos capítulos, e, depois de uma fase de santa procrastinação, enveredei pela autopublicação (com a esperança de não se tornar muito frustrante, era apenas esperança...). 

As novelas policiais foram publicadas na Amazon como ebooks, já em 2024. Os contos escritos e terminados nesta fase estão nesta página - ver. A explicação para a existência deste site, aqui

A questão da qualidade da escrita - cumpre os mínimos. É obviamente subjetivo, mas não é o mais relevante. A intenção é contar histórias - as personagens não têm grande densidade, movimentam-se de um lado para o outro, fazem coisas e dialogam muito! Assim como as descrições de ambientes: sofríveis ou inexistentes.

Entretanto, há três novelas começadas há cerca de oito anos e dois ou três contos para finalizar, se houver neurónios para isso (e se a demência, com a figura do primo alemão à espreita, o permitir).

Hoje, vivo na vila da Parede, concelho de Cascais, perto do mar que revisito praticamente todos os dias, fundamental para o meu equilíbrio pessoal (é mesmo verdade).

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